Sindicato, Sim!

Sindicato, Sim!

 

Aos 44 anos a segurança privada pouco evoluiu em Portugal, sector de grandes lucros económicos e de uma qualidade que não justifica a fama, sobrevivendo de marketing, escapes sociais (pessoas inadaptadas nas funções originais), ganância de lucro e suspeita de lavagem de dinheiro; tendo esquecido o Bem-estar, o profissionalismo, a organização, a clareza, a objectividade, a evolução e o progresso, em suma: a construção do sector.

A segurança é um dos factores centrais da sociedade e do indivíduo; a sociedade precisa de estabilidade e conforto que emerge da ordem e da inter-comunicação, esse ofício de ligação é a segurança, que além de prever a ordem, promover a relação formal e informal, garante a manutenção do meio, regista dados e ordena-os, criando informação, restringe os perigos e atitudes gravosas para o meio, resumindo: permite o Bem-estar.

O profissional é a chave do sucesso do sector, exige um investimento e uma adaptação adequada a cada momento, para tal a formação contínua é uma necessidade; tendo como complemento os meios técnicos que exigem uma atenção e adaptação personalizada, especificando muito as funções, inovando cada vez mais e alterando o preparo do profissional, a cada ano e em cada circunstância. O que foi feito em 44 anos? Pouco!..Imitações americanas, nórdicas e outras europeias, da nossa criatividade as soluções práticas, desclassificadas pelos catedráticos, que não fizeram trabalho no terreno e foram por caminhos mais fáceis aparentemente.

A organização tem sido essencialmente económica, no top 10, desde o seu aparecimento legal e criação em 1965. Os valores utilitários, sociais, profissionais, humanos, familiares e pessoais estão esquecidos; quem tem coragem exige a inquirição e que as normas sejam respeitadas, por aqueles que tudo podem comprar, contornar, impor e contrapor; deixando o desespero para quem depende da produção do sector, que não funciona como tal, mas como algo demagogicamente adaptável aos grupos, que se formam e interesses políticos ou sociais.

A clareza é a exigência que é feita à segurança, pois qualquer acto não compreendido é a sua ausência. Para se reflectir segurança na sua prevenção, preparação, acção, compreensão e adaptação, o relatório é comum e esse instrumento ajuda a clareza dos fenómenos, mas existe um exagero na inspecção e sobretudo na sua ausência, não se lembrando do resto que é a própria acção de segurança.

O objecto e a sua definição, quanto mais a sua publicação, está muito pobre no sector da segurança privada, poucos têm o documento da “Missão”, os objectivos é vender e obter lucro, tendo esquecido o investimento profissional ou o usando de forma ilícita, investimento inovador, investimento de imagem,  etc.…; vivendo-se como de uma fuga em frente e contagem dos dividendos pelos financiadores que tiram muito mais do que investem. Chegando mesmo a tirar de investimentos monetariamente zero, através do leasing.

A evolução em 40 anos foi quase nula, predominando o para-militarismo e a reforma policial, como uma forma de resto da segurança pública e estatal, ou frustração de carreiras interrompidas. Isto provocou a impossibilidade de carreiras profissionais no sector, a ordenação das funções atempadamente, especialidades e mesmo uma melhor ordenação do estatuto da profissão. Progresso surgiu nos últimos anos os profissionais reagiram e de incompetentes, cujo sindicato se sente incompetente para os defender, pelas suas múltiplas actividades, se formaram associações e já se negoceia com eles para formar um sector que não seja adiado. Porém uma voz se levanta de quatro cantos é preciso inquirir, inspeccionar e sindicalizar, pois as velhas estruturas não respondem ao futuro, que se quer construir.

O futuro a construir é o de um sector de produção de qualidade, de empresas dirigidas por empresários e directores conscientes, de formação centralizada e de quem sabe uma academia própria, por fim indo ao encontro do cidadão comum e das suas consciências.

A produção de qualidade exige formação, estudo, visão, classificação de todas as variantes e rácios, resumindo: criar uma ciência da segurança e gestão, cuja resposta terá de ser colectiva.

A empresa de segurança terá de ter empresários comprometidos e não só os de lucro fácil, pois os últimos têm deixado muitos danos; Directores com visão e autonomia precisam-se, pois eles são o segredo da aplicação da ciência da segurança e prevenção.

A formação tem vindo a sentir-se grandes investimentos e negócios, porém a sua dispersão e diferença de metodologia, leva a pedir uma academia que junte as sinergias.

Outra parte não menos importante é a de ir ao encontro do público-alvo, a segurança privada é complementar, da segurança pública e juntas contactam os sujeitos comuns, os problemas deles são os nossos trabalhos e a nossa criatividade a solução, no cruzamento diário, devemos ajudar o seu Bem-estar, nos locais públicos de direito privado ou locais privados onde a formalidade e a informalidade é razão de coesão.

Para fazer valer os nossos valores, já se levantaram associações e muitas acções, criou-se uma linguagem comum, porém é preciso um sindicato para os ASP, só para o sector, senão juridicamente o sector será um “sector menor”, como foi até hoje!..